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04 junho 2012

ORQUIDÁRIO DE SANTOS


Imagine-se entrando em um espaço que reproduz a Mata Atlântica, com cerca de quatro mil orquídeas de 100 diferentes espécies, a grande maioria afixada nas árvores, com flores o ano todo. Prossiga em uma trilha com colmeias de abelhas silvestres, sem ferrão, por um jardim aromático de variadas plantas e sentindo a textura do solo, formado por brita, areia e paralelepípedos. Aprecie 450 animais de 70 espécies, muitos circulando livremente. Para completar, um canteiro especialmente criado para atrair borboletas. 

Novidades não vão faltar no Orquidário Municipal de Santos, parque zoobotânico totalmente renovado e repleto de novas atrações, a ser entregue pela prefeitura na terça-feira (5), às 10h, data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.
 

“O Orquidário é um dos locais preferidos dos santistas, e agora vai encantar ainda mais os visitantes”, diz o prefeito João Paulo Tavares Papa. “Esta reserva verde, com suas plantas e animais, ganhou novos espaços, viveiros, canteiros e trilhas, além de um completo e moderno Centro de Zoologia, para o atendimento veterinário exemplar aos seus habitantes”.
 

O prefeito acrescentou: “O parque foi plenamente revitalizado e qualificado como atração turística, valendo lembrar que as obras aconteceram sem prejuízo aos animais, os quais foram muito bem cuidados e continuaram se reproduzindo. O Orquidário se renova, portanto, como um passeio ideal para quem busca contato com a natureza, ar puro, beleza e tranquilidade”.
 

Já o secretário de Turismo, Marcelo Fachada, afirmou que o espaço retomou sua proposta original de ser um grande viveiro de orquídeas ao ar livre, além de representar a diversidade da flora da Mata Atlântica. “Haverá flores o ano todo, uma atração que reforça o potencial atrativo do Orquidário”.
 

Maiores obras em 66 anos
O parque recebeu a maior intervenção desde sua inauguração, há 66 anos. Além das inúmeras melhorias, sua área foi ampliada: ganhou mais 2 mil m², passando a ter cerca de 24 mil m², graças à desafetação da Rua Doutor Adriano Neiva da Mota e Silva, que o separava da Estação de Pré-condicionamento da Sabesp.

Graças à incorporação da via, agora existem espaços qualificados para as áreas técnicas. Segundo a coordenadora do Orquidário, Ligia Cremonesi, “o hospital veterinário e o laboratório de reprodução de orquídeas serão referência na área de conservação das espécies silvestres, pois além da estrutura física, passamos a contar com equipamentos de última geração”.

Os cerca de R$ 10 milhões aplicados vieram de convênios firmados pela prefeitura com os governos federal (via Ministério do Turismo) e estadual (vindos do Fundo das Estâncias), com contrapartidas municipais. O Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista) também liberou recursos para o Orquidário, assim como emendas de parlamentares da Assembleia Legislativa e do Senado.

Novos habitantes
Entre as novidades do parque, estão os casais de gatos-do-mato - o menor felino brasileiro, ameaçado de extinção - e de macacos-bugios, encontrados na Mata Atlântica. Outra curiosidade é o casal de arara-canindé, que procriou pela primeira vez no Orquidário, durante o período de obras.
 

Também durante o tempo em que o parque esteve fechado para reforma, nasceram 15 cutias, 29 pavões, 12 cágados, sete frangos d’água e três veados-catingueiros. “O nascimento de tantos animais é a prova mais evidente de que o parque, embora em obras, manteve todos os cuidados necessários para o bem-estar deles, a ponto de se sentirem protegidos para reproduzir ”, disse a bióloga Ana Beatriz Comelli, responsável pela Unidade de Biologia.
 

Todos os recintos dos animais foram renovados e ampliados, oferecendo maior campo de visão ao público e a possibilidade de receber novos moradores.

Atrações
O público poderá rever a macaca-aranha Thula, uma das veteranas do parque (chegou em 1981), que sempre atrai atenção pela desenvoltura apesar de ter um só braço. Nem todos os animais ficam em ambientes reservados. Pavões, cutias, saracuras e cágados circulam livremente pelas alamedas, enquanto carpas coloridas e tartarugas garantem momentos de contemplação no lago.

O Orquidário também atrai aves migratórias, entre elas os irerês, que passam o dia no equipamento e retornam à noite aos manguezais da região. Já as garças brancas, que fascinam crianças e adultos em vários pontos da cidade, chegam no final da tarde para pernoitar.

Centro de Zoologia
O Centro de Zoologia ganhou novas instalações e equipamentos. Dos três cômodos pequenos e adaptados, agora oferece oito espaços específicos para animais em tratamento, dois ambulatórios, uma sala cirúrgica, duas de internação (uma para répteis e outra para mamíferos e aves, para evitar contaminação entre espécies), farmácia, raio-x, salas para diagnósticos laboratoriais e necropsia.

Há ainda maternidade com berçário, Unidade de Tratamento Intensivo, salas para esterilização, quarentena, biotério, unidade de radiologia e área de nutrição, com cozinha industrial e espaço para desinfecção. Para os animais em manejo, existe um setor extra, com o conforto e segurança necessários.

Segundo o veterinário José Fontenelle, “todas as normativas do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) foram cumpridas”. Quando acionado, o trabalho de resgate é feito por profissionais do parque em conjunto aos órgãos ambientais.
 

Educação ambiental
Lugar privilegiado de educação ambiental, o Orquidário ganhou novo espaço para suas atividades e até um auditório para palestras e cursos regulares. Por ano, cerca de 200 mil pessoas visitam o parque, o que lhe garante o posto de segundo espaço público preferido do público, sendo o Aquário o primeiro.

Nas férias escolares são realizados cursos para estudantes. Um deles inclui passar uma noite no parque, quando crianças e jovens podem observar hábitos noturnos dos animais. A chefe da Unidade de Educação Ambiental, Cibele Coelho Augusto, frisa que o Orquidário tem agora mais estrutura para integração entre técnicos e conscientização dos visitantes.
 

Retorno às origens
O parque dá mais ênfase às orquídeas, para que ao longo do ano mantenha um colorido natural: 90% delas estão fixadas nas árvores e 10%, afixadas em troncos e mostruários. A bióloga Maria Cecília Furegato diz que serão priorizadas as espécies nativas, e lembra: “as orquídeas não são parasitas, apenas usam o apoio das árvores para buscar luz e nutrem-se de material em decomposição que delas cai”.

No Orquidário existem cerca de 1.500 árvores e arbustos, formando uma verdadeira mata tropical urbana, com exemplares de diversos países do mundo. São árvores frutíferas e medicinais, além de nativas como o pau-brasil, embaúba, ipê-roxo e pau-ferro, totalizando 137 espécies arbóreas de 36 famílias.

A coleção conta com a ‘Cattleya Júlio Conceição’, que homenageia o ilustre orquidófilo santista; a ‘Hadrolaelia purpurata’, a mais representativa do litoral paulista e ameaçada de extinção; orquídeas terrestres e até exemplares de micro-orquídeas, menores que um alfinete, entre tantas outras.

Para contribuir com a preservação, os biólogos locais envolvem-se com o cultivo e conservação das espécies e participam de ações de salvamento, coletando exemplares de regiões que passarão por desmatamento autorizado pelo Ibama.

Um pouco de história
Inaugurado em 11 de novembro de 1945 para expor as orquídeas de Júlio Conceição, o primeiro orquidófilo do Brasil, o parque recebeu árvores com o intuito de servir de suporte para as flores. Mas diversas espécies de vários lugares do mundo foram sendo introduzidas, formando uma mata natural.
 

Apaixonado pelas flores, Júlio Conceição morava no começo do século passado em uma grande chácara no Boqueirão, onde cultivava cerca de 90 mil orquídeas em árvores e ripados. Após sua morte, o local foi aberto à população em 1932, sendo o primeiro ponto de visitação pública de Santos. Passou a ser uma referência turística da cidade.

Maior orquidário ao ar livre do mundo na época, a área foi loteada, e o patrimônio biológico vendido por valor simbólico à prefeitura, para formar o Orquidário. O acervo botânico foi organizado por Ignácio Roberto Manso Filho, que administrou o parque desde sua inauguração até 1979, quando se aposentou.

A área onde o parque foi implementado foi doada pelo Estado para a prefeitura em 1914. A história começou em 1903, quando o engenheiro Saturnino de Brito iniciou o plano de saneamento de Santos. Seu projeto previa a desapropriação de terrenos para facilitar o acesso à Usina de Tratamento, inaugurada em 1907, e também para a construção de um parque público em frente a esse complexo. Mas a ideia de construção do parque só seria resgatada anos depois.
 

Ingressos
De terça a domingo (5 a 10 de junho), o acesso ao Orquidário estará liberado ao público. Já do dia 12 de junho a 1º de julho, o ingresso será de R$ 1,00, preço promocional para permitir, sobretudo aos munícipes, mais facilidades para conhecer o novo parque.
 

A partir dea 3 de julho, a tarifa passa a ser R$ 5,00, com desconto de 50% para estudantes, e gratuidade para crianças de até 12 anos e maiores de 60.

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